terça-feira, 2 de novembro de 2010

Vida após a morte
Reconhecida como uma das maiores certezas da vida, a morte é um tema polêmico, que envolve uma série de inquietações, que somente serão sanadas, de fato, no momento que ocorrer.



Para muitos, a morte não é o fim, mas uma passagem para outro plano ou espaço, onde desfruta-se do que plantou-se em vida. Acreditar que há algo além traz conforto e, de certa forma, tranquiliza aqueles que temem a partida. O tema já foi abordado na teledramaturgia, no cinema e a cada dia ganha mais destaque devido ao grande interesse e curiosidade do público.
Lançado em 1990, o filme Ghost – Do outro lado da vida, sucesso de público no mundo, trouxe a história de Sam Wheat, interpretado pelo ator Patrick Swayze, que após ser assassinado, volta em espírito para desvendar sua morte e para ajudar sua amada Molly Jensen, interpretada por Demi Moore. O romance ainda está na lista das 100 maiores bilheterias de todos os tempos, ocupando a 75ª posição. Muitos outros títulos tiveram a mesma proposta de mostrar como seria a vida após a morte. Recentemente, estreou no Brasil, o filme Nosso lar. O romance mostra os primeiros anos do médico André Luiz após sua morte. O filme é baseado no livro homônimo psicografado pelo médium brasileiro Chico Xavier, atribuído ao espírito André Luiz. Obra que também foi base para a novela A viagem, exibida pela primeira vez em 1975 pela Rede Tupi, e, depois, como remake, em 1994, na Rede Globo.

O que dizem as religiões
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Para o bispo Dom Gilio Felício, a vida é uma bênção de Deus. Após a morte, a pessoa permanece em espírito. Em vida se escolhe um dos dois caminhos: o céu, ao lado de Deus, onde quem crer Nele será salvo, e encontrará a felicidade eterna; e o inferno, aos que não acreditarem. Quem nega a fé não se salva, e, ao contrário de outras religiões, não há outra chance após a morte. “A chance ocorre durante a vida, quando se escolhe entre o céu e o inferno. A misericórdia de Deus, só não acontece para quem não quiser receber” explica. Aos habitantes do céu, uma vida feliz, rodeada de familiares e amigos já falecidos. Tristeza, desgraça e frustração aos que forem para o inferno. Segundo Dom Gílio, a proposta de salvação está em Deus, para quem faz o bem e acredita no amor. Quanto às demais religiões e seus credos, o bispo fala que a Igreja Católica vem crescendo e respeita as verdades presentes nas outras ideologias. Como exemplo, fala da participação da Igreja Católica no Fórum Inter Religioso de Bagé, que é composto por 15 religiões. Idealizado pela Prefeitura de Bagé, busca desenvolver e apoiar ações e articulações voltadas a definições de políticas públicas que promovam, principalmente, o respeito às diversidades religiosas.


Segundo o sacerdote de umbanda, Veraldo Lima de Souza, dirigente do Centro de Umbanda Nova Era,
a morte está programada para todos, exceto aos suicidas que antecipam a data. Souza acredita que a responsabilidade sobre o que acontece durante a vida é da própria pessoa, “não existe injustiça, tudo se justifica na lei de causa e efeito” comenta. Para o sacerdote, existe vida após a morte. E se diz contrário aos que dizem que quem morre, descansa, porque afirma que há atividades no plano espiritual. Nessa nova “vida”, cada espírito vai para o local merecido, os bons vão para as chamadas colônias, cidadelas onde predomina a paz, e para o umbral vão os maus. Para aqueles que se encontram no umbral, é oferecida a chance de evoluir. Uma vez aceita, o espírito recebe a oportunidade de recuperar-se, passando a habitar as colônias. Quando o espírito encontrar a paz interior, e tiver passado por etapas necessárias, é dada uma nova oportunidade de evolução. A vida lhe é oferecida através da reencarnação. De acordo com Souza, se pode aceitar ou não esse retorno. A família onde seremos concebidos também faz parte da escolha, segundo diz o sacerdote, “escolhemos nossos pais, assim como eles também nos escolhem” afirma. Assim o ciclo se fecha, segundo Souza, que crê que, após a morte, existe também a vida.


De acordo com o presidente da Ordem dos Ministros Evangélicos de Bagé, pastor Ruben Ferreira,
os evangélicos acreditam que esta vida não é tudo o que há, e sim apenas um ensaio geral, antes da verdadeira produção. “Você passará muito mais tempo do outro lado da morte, na eternidade, do que aqui. A terra é um lugar de preparação, a pré-escola, o vestibular para sua vida na eternidade” explica. O pastor salienta que embora se saiba que com o passar do tempo todos morreremos, a morte sempre parece anormal e injusta. “A razão pela qual sentimos que deveríamos viver para sempre é que Deus condicionou nossa mente com esse desejo” comenta. Se a vida na terra permite muitas opções, Ferreira diz que a eternidade oferece apenas duas: céu ou inferno. “Se aprender a amar Jesus, o filho de Deus, e confiar Nele, você será convidado a passar o resto da eternidade ao lado Dele. Entretanto, se desprezar o amor, o perdão e a salvação que Ele oferece, você passará a eternidade separado de Deus” afirma. Quanto às pessoas que não compartilham da mesma crença e convicção, Ferreira explica que a postura é de respeito, embora reconheça que, em casos de crenças e práticas que venham gerar ou promover o desrespeito à vida, injustiça, ou abusos que promovem o ódio entre os seres humanos, são totalmente enérgicos com posição contrária, de repúdio.


Para a presidente da União Municipal Espírita, Vera Ribeiro, após a morte a pessoa continua como na vida, “no mundo espiritual nos agrupamos por afinidades, nossa consciência determina para onde vamos” explicou. Esse local seria um mundo físico mais aperfeiçoado. Quanto à data da nossa morte, a presidente comenta que às vezes a abreviamos pela maneira como vivemos. “Ninguém está preparado para a morte, um dia irá acontecer, independente de querermos ou não, isso é um fato, e acontecerá com todos” concluiu. Também crê na reencarnação, que julga ser uma oportunidade de voltar, não para pagar por erros, e sim para aprender, educar-se no que falhou em vidas passadas. “A justiça divina está na oportunidade de crescer e evoluir” explica. A comunicação entre os dois mundos pode ocorrer apenas pelos espíritos. Podem entrar em contato por diversas formas, as mais conhecidas são: psicografia, psicofonia e a intuição. Aos familiares que sofrem com a morte de entes queridos, Vera consola dizendo que a prece e a conversa fraternal levam conforto e paz ao espírito, afirmando que há um reencontro no mundo espiritual. 

Espírita-Vera Ribeiro
Evagélica-Pastor Rubens
Católica-Dom Gilio Felício
Umbanda-Veraldo Souza


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