segunda-feira, 6 de agosto de 2012

 O HÁBITO DE ORAR

 “A Prece é agradável a Deus?
-- A prece é sempre agradável a Deus quando ela é ditada pelo coração, por que a intenção é tudo para ele, e a prece do coração é preferível à que se pode ler, por bela que seja, se tu a lês mais com os lábios que com o pensamento”.( Questão 658, de “O Livro dos Espíritos”- Allan Kardec)


      A prece é, sem dúvida, o canal que nos liga a Deus.
      E, para falar com o Criador, basta o nosso pensamento, pois o que chega até seu coração são as nossas mensagens mentais. Assim, não precisamos de formas específicas, posições físicas, horas absolutamente determinadas, locais rigorosamente escolhidos. Não, para conversar com o Pai Celestial será preciso apenas desejar, querer e os nossos pensamentos chegarão até seus “ouvidos”.
      É claro que não podemos dispensar um instante de recolhimento, mas isso podemos conseguir, mesmo no local do nosso trabalho, em um cômodo da nossa casa, isolando-se um pouco, mesmo em locais públicos, pois momentos existem que temos necessidade de nos dirigirmos a Deus, ante algum perigo, alguma dúvida e diante das condições do momento, as vezes, estamos impedidos de uma concentração maior.
      Como a alimentação diária é indispensável para a nutrição do nosso corpo físico, a prece é imprescindível para a sustentação da nossa vida espiritual.
      Portanto, no mínimo, devemos fazer preces duas vezes ao dia; quando acordamos, pela manhã, rogando a Deus forças para mais um dia de trabalho e de atividades, procurando proteção contra os possíveis perigos e, ao dormirmos, oportunidade em que podemos agradecer o dia que tivemos e solicitar assistência espiritual para as horas em que estivermos fora do corpo, no desprendimento natural propiciado pelo sono, pois enquanto nosso corpo repousa, buscando o refazimento das forças, em Espírito, prosseguimos com nossas atividades, nas “muitas moradas da casa do Pai”.
      Mas podemos orar em muitas outras oportunidades, rogando socorro ante um perigo eminente, implorando ajuda nos momentos difíceis, pedindo orientação para a tomada de decisões, buscando reflexão interior para identificar nossas falhas visando saná-las. Podemos também, e devemos, fazer preces pelas pessoas doentes, pelos nossos amigos que estão enfrentando problemas, por familiares que caminham pelas estradas do sofrimento, pelos entes queridos que seguiram viagem para a vida espiritual e muito mais.
      Incontestavelmente, a única maneira que podemos nos dirigir àqueles que nos deixaram na Terra, vivendo agora em outra dimensão da vida, é através da prece, pois são nossos sentimentos, lembranças, saudades que chegam até seus corações. Sabendo disso, temos a obrigação de nos dirigirmos a eles com muito equilíbrio, pois que identificam o nosso estado emocional. Assim , se estivermos sofrendo suas ausências, mas com resignação, também eles encontrarão motivos para a calma, mas se perceberem o nosso inconformismo ante as determinação divinas, nossa revolta até, sofrerão ainda mais, pois possivelmente também cairão no desequilíbrio.
      A prece tende a nos fazer melhores, mais pacientes, compreensivos e tolerantes, pois que o contato com a providência divina, com freqüência, possibilita que busquemos mais forças, coragem e resignação, mesmo ante as intrincadas situações em que muitas vezes nos deparamos.
      Portanto, se já temos o hábito da oração, continuemos com ele, estando cada vez mais próximos das imprescindíveis forças divinas, que amorosamente atuam em nosso favor. Se ainda não estamos acostumados a fazer preces, nos esforcemos por fazê-las, para também usufruirmos das dádivas abençoadas que emanam do Criador, em direção de todos nós.
      E, para falarmos com Deus não temos necessidades de intermediários, de interlocutores, mesmo porque eles não conseguirão dizer o que pretendemos expressar, assim, façamos nós mesmos as mossas preces , da forma que sabemos, com o coração, com sinceridade, humildade e o Pai Celestial saberá perfeitamente como nos compreender.
      O importante é orar, não importa onde, como, quanto...mas orar.

domingo, 10 de junho de 2012

 ENTREVISTA COM DIVALDO FRANCO
Muitos acreditam no final dos tempos. Como o Espiritismo encara isso?
Divaldo: Como uma superstição. Normalmente, através da história, a mudança de século sempre trouxe, particularmente na idade média, o fantasma do horror. Baseado em que, nessa mudança, a Terra se deslocaria do eixo, haveria uma erupção de epidemias, de terremotos, maremotos, de fenômenos sísmicos e, na virada do milênio, foi ainda mais apavorante, por causa desse mesmo critério supersticioso. Em todo o Evangelho, nos 27 livros que o constituem, não há nenhuma referência ao novo milênio. As observações, a respeito do "fim do mundo", estão no Apocalipse de João, quando ele dirá, através de metáforas e de imagens, de uma concepção de um estado alterado de consciência, que vê a transformação que se operaria na Humanidade. Mais tarde poderíamos colher outros resultados também no chamado sermão profético de Jesus, que está no evangelista Marcos, capítulo 13, versículo 1 e seguintes, quando Jesus saía do templo de Jerusalém e os discípulos, muito emocionados, dizem: - "Senhor, vede que pedras, vede que templo". E Jesus lhes redargue: - "Em verdade vos digo que não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada". Foram para o Getsêmani, no Horto das Oliveiras, e ali os amigos disseram: "Conta-nos quais serão os sinais que antecederão a isso". Ele narra uma série de fenômenos que certamente atingiriam a Terra. Aconteceu que, realmente, no ano 70, Tito teve a oportunidade de derrubar o templo de Jerusalém, que não foi mais reerguido, e no ano 150, na segunda diáspora dos hebreus, praticamente Jerusalém foi destituída da Terra, somente voltando a ter cidadania quando a ONU reconheceu o Estado de Israel com os direitos que, aliás, lhe são credenciados e que ele merece. Mas as doutrinas religiosas, com o respeito que nos merecem, que sempre se caracterizaram pelo Deus-temor ao invés do Deus-amor, por manterem as pessoas na ignorância e intimidá-las, ao invés de libertá-las pelo esclarecimento, estabeleceram que o fim do mundo seria desastroso, seria cruel, como se não vivêssemos perpetuamente num mundo desastroso e cruel, cheio de acidentes, de vulcões, de terremotos, de maremotos, de guerras, de pestes, etc. Para nós, espíritas, o fim do mundo será o fim do mundo moral negativo, quando nós iremos combater os adversários piores, que são os que estão dentro de nós: as paixões dissolventes; os atavismos de natureza instintiva agressiva; a crueldade; o egoísmo e, por conseqüência, todos veremos uma mudança da face da Terra, quando nós, cidadãos, nos resolvamos por libertar-nos em definitivo das nossas velhas amarras ao ego e das justificativas por mecanismos de fuga. Então o homem do futuro será um homem mais feliz, sem dúvida. Haverá uma mudança também da justiça social. Haverá justiça social na Terra, porque nós, as criaturas, compreenderemos os nossos direitos, mas acima de tudo, os nossos deveres, deveres esses como fatores decisivos aos nossos direitos. Daí, a nossa visão apocalíptica do fim dos tempos é a visão da transformação moral em que esses tempos de calamidade passarão a ser peças de museu, que o futuro encarará com uma certa compaixão, como nós encaramos períodos do passado que nos inspiram certo repúdio e piedade pela ignorância, então, que vicejava naquelas épocas.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

CONFLITOS SOCIAIS
        “ - Qual a causa que leva o homem à guerra?
        - Predominância da natureza animal sobre a espiritual e satisfação das paixões....”. Questão 742, de “O Livro dos Espíritos”.


        Com freqüência, acreditamos que a guerra somente acontece em campos de batalha, onde equipamentos bélicos, da mais alta tecnologia procuram destruir o adversário. Ledo engano, pois que guerreamos diariamente enquanto nos relacionamos com as criaturas humanas.
        Fazemos guerra quando dentro do lar não conseguimos manter o clima necessário para a harmonia e a paz, onde cônjuges se agridem, faltam com o respeito e informam nocivos exemplos aos filhos sobre a convivência social.
        Fazemos guerra quando , no contexto da sociedade, agimos de forma desonesta, pois que sempre estaremos criando inimigos e provocando o prejuízo de alguém.
        Fazemos guerra quando deixamos de educar devidamente uma criança ou uma adolescente, uma vez que fora dos muros, dos limites e da consciência de deveres e direitos, o “pequeno” caminhará desorientado na direção de conflitos e tumultos que certamente provocará.
        Fazemos guerra quando somos patrões e desrespeitamos os empregados e quando somos empregados e não atendemos as diretrizes do patrão, pois a discórdia se instalará e o desentendimento será certo.
        Fazemos guerra quando cultivamos a violência no trânsito, dirigindo de forma perigosa, irresponsável e ameaçadora, colocando em risco a própria vida e a daqueles que seguem conosco.
        Fazemos guerra quando ignoramos os sentimentos alheios, menosprezando a liberdade dos outros, uma vez que tal comportamento se caracterizará como o nascedouro de intrigas, insatisfações e maledicência.
        Fazemos guerra quando nos mantemos na ignorância, na indiferença para com os reais valores da vida, isso porque a falta de sabedoria sempre foi a marca dos ditadores, déspotas e autoritários, que esparramaram rios de sangue e dor por onde passaram.
        Fazemos guerra quando ainda não conseguimos amar ao nosso próximo, quanto ainda pensamos mais em nós que nos outros, quando pensamos em sermos felizes sozinhos, quando entendemos bastar que estejamos bem sem nos importarmos com as outras pessoas, quando achamos que a nossa dor e maior do que a dor do irmão que caminha do nosso lado.
        A guerra, em verdade, acontece todos os dias, em todos os lugares, fazendo uma quantidade infindável de vítimas. Enquanto o homem apenas manter-se em discursos evangélicos, cultivando atos exteriores, que expressam boa aparência, enquanto estiver apenas fazendo projetos, planos de ações e mantenho sonhos que nunca saem do desejo, a guerra estará firme causando grandes prejuízos no meio social em que vivemos.
        Claro que não estamos falando da guerra cruenta, amparada por notável arsenal bélico, por equipamentos de alta tecnologia, onde nações se aniquilam e se destroem, mas sim da guerra diária, nascida dos conflitos sociais que tem como ponto de partida o orgulho, a vaidade, o egoísmo, a maledicência e o ódio.
        Talvez essa – a guerra de cada dia – faça mais vítimas e cause maiores damos ao homem do que os conflitos internacionais, pois o orgulho é mais forte que um canhão, o egoísmo é mais ameaçador que um avião repleto de bombas, a vaidade é mais agressiva que um míssil , a maledicência prejudica mais que um lança chamas e o ódio destrói mais que uma bomba atômica.

domingo, 1 de abril de 2012

      Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?
       Jesus
  Questão 625, de "O Livro dos Espíritos"
        Sendo Jesus Cristo o guia e o modelo a ser seguido por nós, em realidade, o que estamos esperando para agir dessa forma? Tudo o que deliberarmos fazer de diferente dessa valiosa observação, por certo, nos colocará na contra mão da lógica e da razão, e, por conseqüência, nos trará o reflexo da desobediência e da indisciplina em forma de reveses, dores e decepções.
      Obviamente, a escolha será sempre nossa, pois que o livre arbítrio é uma Lei Divina, onde cada qual vive de conformidade com o que pensa, mas o bom senso nos recomenda observar a maneira como decidimos a nossa jornada terrena, pois que ninguém, em sã consciência e perfeita lucidez de raciocínio deseja sofrer.
      Contrariar as profundas e sábias lições de Jesus é, incontestavelmente, uma forma de semear espinhos que nos proporcionarão colheitas fartas de arranhões e ferimentos.
      Sugere o Mestre, objetivando a construção de uma saudável vida social que aprendamos a compreender as pessoas como elas são, despidos de egoísmo, preconceito ou exclusividades, pois que de nossa parte também temos necessidade de que nos entendam como somos.
      Orienta que diante de conflitos, rusgas ou pugnas façamos uso do perdão e da tolerância, pois que ninguém, no estágio em que vivemos, consegue se relacionar com os outros sem causar algum tipo de mágoa, ressentimento ou coisa que valha.
      Pede que estendamos as mãos àqueles que seguem vivendo em situação de penúria, aliviando-lhes os padecimentos e torturas, pois nenhum de nós sabemos como será o nosso dia amanhã.
      Informa que devemos amar ao nosso próximo como a nós mesmos, assim ensinando que os mais fortes precisam amparar os mais fracos, os mais poderosos socorrer os menos influentes e os mais ricos não ignorar aqueles que vivem na pobreza,.
      Propõe que a mão esquerda não saiba o que faz a direita, ministrando as lições da humildade e da simplicidade, e ao mesmo tempo condenando o orgulho, que nos faz pensar sermos melhores que os outros.
      Anuncia que quem socorrer aos "pequeninos" de toda ordem é a
Ele mesmo que está a servir, pois que a Sua maior alegria e ver o bem sendo espalhado em todas as direções e o mal sufocado pelos nossos esforços.
      Ampara Maria Madalena, a jovem que prostituía, conversa com Nicodemos, o orgulhoso doutor da lei e hospeda-se na casa de Zaqueu, o cobrador de impostos tido como de má vida, sem apresentar nenhuma censura ou reprimenda, acolhendo-os com carinho e ternura, propiciando a transformação deles, no tempo, sem qualquer acusação ou violência.
      Diante da multidão faminta de esclarecimentos e gênero alimentícios, falou da Boa Nova, mas não se esquivou do dever de alimentá-la também, multiplicando pães e peixes, socorrendo conjuntamente o coração e o estômago.
      Dependurado injustamente numa cruz, vítima da incompreensão e da ignorância humana, ainda teve forças para rogar a Deus que perdoasse a humanidade, pois que em suma, não tinha ela noção do que estava fazendo.
      Como podemos observar, nitidamente, nada e mais novo e moderno do que as imprescindíveis lições de Jesus Cristo, que já são por demais conhecidas mas tão pouco praticadas.
      Ou seguimos Jesus, o modelo e guia da humanidade ou nos preparemos para longas temporadas de dissabores e infortúnios... a escolha é de cada um.

    

domingo, 11 de março de 2012

 AS CONSEQUENCIAS ESPIRITUAIS DO ABORTO
As complicações clínicas advindas dos abortos provocados na esfera ginecológica são inúmeras e podem, inclusive, determinar o êxito letal da mulher.

No campo psicológico, são comuns os processos depressivos subseqüentes que acometem as mulheres que se submeteram à eliminação da gestação indesejada. A sensação de vazio interior, mesclada com um sentimento de culpa consciente e inconsciente, freqüentemente, determina uma acentuada baixa de vibração na psicosfera feminina.


Paralelamente, a ação do magnetismo mental do espírito expulso passará gradativamente a exacerbar a situação depressiva materna.


Como já estudamos, em muitos casos, aquele que reencarnaria como seu rebento estava sendo encaminhado para um processo de reconciliação afetiva. O véu do esquecimento do passado é que possibilitaria a reaproximação de ambos sob o mesmo teto. Com o aborto provocado, à medida que o espírito recobra a consciência, passa, nesses casos, a emitir vibrações que, pelo desagrado profundo, agirão de forma nociva na psicosfera materna. Em que pese o esforço protetor exercido pelos mentores amigos, em muitas circunstâncias se estabelece o vínculo simbiótico, mergulhando a mãe nos tristes escaninhos da psicopatologia.


Ao desencarnar, de volta ao plano espiritual, a mãe apresentará em diversos níveis, conforme o seu grau de responsabilidade, distonias energéticas que se farão representar por massas fluídicas escuras que comporão a estrutura de seu psicossoma (perispírito). Apesar de serem atendidas com os recursos e as técnicas terapêuticas existentes no mundo astral, a chaga energética, em muitos casos, se mantém, em função da gravidade e agravantes existentes.


As lesões na textura íntima do psicossoma a que nos referimos, muitas vezes, só podem ser eliminadas numa próxima encarnação de características expiatórias.


Expiação, longe de ter uma conotação punitiva, pois esse critério não existe na planificação superior, é um método de eliminação das desarmonias mais profundas para a periferia do novo corpo físico. A expiação sempre tem função regeneradora e construtiva e visa restaurar o equilíbrio energético perdido por posturas desequilibradas do passado.


As deficiências que surgirão no corpo físico feminino, pelo mecanismo expiatório, visa, em última análise, suprimir o mal, drená-lo para a periferia física. Segundo os textos evangélicos: “A cada um de acordo com as próprias obras”.


Os desajustes ocorrem inicialmente nas energias psicossomáticas do chacra genésico, implantando-se nos tecidos da própria alma as sementes que germinarão no seu novo corpo físico, em encarnação vindoura, como colheita de semeadura anterior.




RESPONSABILIDADE PATERNA


Se é verdade que a mulher se constitui no ninho onde se aconchegam os ovos, que, acalentados pelo amor, abrir-se-ão em novos filhotes da vida humana, não há como se esquecer da função paterna.


A pretensa igualdade pregada por feministas, que mais se mostram como extremistas, não permite que se enxergue pela embaciada lente do orgulho, que a mulher jamais será igual ao homem. A mulher é maravilhosamente especial para se igualar a nós homens.


Já nos referimos às complexas conseqüências para o lado materno no caso da interrupção premeditada da gestação.


Faz-se necessário, não só por uma questão de esclarecimento, mas até por justiça, estudarmos os efeitos sobre o elemento paterno que, muitas vezes, é o mentor intelectual do crime.


Desertando do compromisso assumido, ou pressionando pela força física ou mental, o homem, a quem freqüentemente a mulher se subordina para manter a sobrevivência, obriga a sua companheira a abortar. Não estamos eximindo quem quer que seja da responsabilidade, pois cada qual responde perante a lei da natureza proporcionalmente à sua participação nos atos da vida. A mãe terá sua quota de responsabilidade, ou de valorização, devidamente codificada nos computadores do seu próprio espírito.


O homem, freqüentemente, obterá na existência próxima a colheita espinhosa da semeadura irresponsável. Seu chacra coronário ou cerebral, manipulador da indução ao ato delituoso, se desarmonizará gerando ondas de baixa freqüência e elevado comprimento ondulatório. Circuitos energéticos anômalos se formarão nesse nível, atraindo por sintonia magnética ondas de similar amplitude e freqüência, abrindo caminho à obsessão espiritual.


As emanações vibratórias doentias do seu passado, que jaziam adormecidas, pulsarão estimuladas pela postura equivocada atual e abrirão um canal anímico de acesso aos obsessores.


O chacra genésico também recebe o influxo patológico de suas atitudes, toma-se distônico e, na seguinte encarnação programa automaticamente pelos computadores perispirituais a fragilidade do aparelho reprodutor. Objetivamente, veremos moléstias testiculares e distúrbios hormonais como reflexos do seu pretérito.


Lembramos sempre que não se pode generalizar raciocínios nem padronizar efeitos, pois cada espírito tem um miliar de responsabilidades e, a cada momento, atos de amor e de crescimento interior diluem o carma construído no passado.




CONSEQÜÊNCIAS PARA O ABORTADO


A especificidade de cada caso determina situações absolutamente individuais no que se refere às repercussões sofridas pelo espírito eliminado de seu corpo em vias de estruturação.


Se existe na ciência do espírito uma regra fundamental que rege a lei de causa e efeito, poderíamos enunciá-la assim: A reação da natureza sempre se fará proporcional à intencionalidade da ação. Isto é, jamais poderemos afirmar que um determinado ato levará inexoravelmente a uma exata conseqüência.


Quando a responsabilidade maior da decisão coube aos encarnados, pai e ou mãe, eximindo o espírito de participação voluntária no aborto, teremos um tipo de situação a ser analisada.


O espírito, quando de nível evolutivo mais expressivo, tem reações mais moderadas e tolerantes. Muitas vezes seria ele alguém destinado a aproximar o casal, restabelecer a união ou, mesmo no futuro, servir de amparo social ou efetivo aos membros da família. Lamentará a perda de oportunidade de auxílio para aqueles que ama. Não se deixará envolver pelo ódio ou ressentimento, mesmo que o ato do aborto o tenha feito sofrer física e psiquicamente. Em muitos casos, manterá, mesmo desencarnado, tanto quanto possível, o seu trabalho de indução mental positiva sobre a mãe ou os cônjuges.


Nas situações em que o espírito se encontrava em degraus mais baixos da escada evolutiva, as reações se farão de forma mais descontrolada e, sobretudo, mais agressiva.


Espíritos destinados ao reencontro com aqueles a quem no passado foram ligados por liames desarmônicos, ao se sentirem rejeitados, devolvem na idêntica moeda o amargo fel do ressentimento.


Ao invés de se sentirem recebidos com amor, sofrem o choque emocional da indiferença ou a dor da repulsa. Ainda infantis na cronologia do desenvolvimento espiritual, passam a revidar com a perseguição aos cônjuges ou outros envolvidos na consecução do ato abortivo.


Em determinadas circunstâncias, permanecem ligados ao chacra genésico materno, induzindo consciente ou inconscientemente a profundos distúrbios ginecológicos aquela que fora destinada a ser sua mãe.


Outros, pela vampirização energética, tornam-se verdadeiros endoparasitas do organismo perispiritual, aderindo ao chacra esplênico, sugando o fluido vital materno.


As emanações maternas e paternas de remorso, de culpa ou outras que determinam o estado psicológico depressivo, abrem caminho no chacra coronário dos pais para a imantação magnética da obsessão de natureza intelectual.


A terapêutica espiritual, além da médica, reconduzirá todos os envolvidos ao equilíbrio, embora freqüentemente venha a ser longa e trabalhosa.


Há também espíritos que, pela recusa sistematicamente determinada em reencarnar, para fugir de determinadas situações, romperam os liames que os unia ao embrião. Estes terão seus débitos cármicos agravados e muitas vezes encontrarão posteriores dificuldades em reencarnar, sendo atraídos a gestações inviáveis e a pais necessitados de vivenciar a valorização da vida.


No entanto, o grande remédio do tempo sempre proporcionará o amadurecimento e a revisão de posturas que serão gradativamente mais harmoniosas e, sobretudo, mais construtivas.


Todos terão oportunidade de amar.






A VISÃO MÉDICO-ESPÍRITA DO ABORTO


Por Érika Silveira




Devido à complexidade do tema aborto, é fundamental aliar a abordagem cientifica a espiritual. Para tanto, entrevistamos a dra. Marlene Nobre, médica ginecologista, presidente do Grupo Espírita Cairbar Schutel e da AME (Associação Médico-Espírita) do Brasil e Internacional. É também autora dos livros: Lições de Sabedoria, A Obsessão e Suas Mascaras, Nossa Vida no Além, A Alma da Matéria e O Clamor da Vida. Este último foi escrito com o propósito de ressaltar os argumentos científicos contra o aborto e propiciar ao publico uma compreensão de que a vida se expande muito mais além do que a formação de um feto.




Como a medicina aliada à espiritualidade vê a questão do aborto?


Como é lógico, os fundamentos da medicina espírita são os mesmos do espiritismo, sendo assim, a questão 358 de O Livro dos Espíritos deixa clara a questão do aborto: é um crime.


Esse foi um dos temas abordados no MEDINESP 2003, inclusive com uma carta publicada. O que dizia essa carta?


A Carta de São Paulo exprime compromissos bioéticos dos membros das Associações Médico-Espíritas do Brasil e foi elaborada pelos participantes da Assembléia Geral, realizada durante o MEDINESP. Entre os vários compromissos nela exarados, os médicos das AMEs comprometem-se a lutar não apenas contra a eutanásia e o aborto, mas também, contra a administração da chamada “pílula do dia seguinte”, que é abortiva. Por exemplo, quando forçado a receitar a “pílula do dia seguinte”, nos ambulatórios públicos, o médico espírita não o faz, para isso, lança mão de um direito legitimo, reconhecido pelo Código de Ética Médica, que é o de ser fiel à sua própria consciência. Do mesmo modo, o anestesista espírita lança mão desse mesmo direito para não participar das equipes de abortamento legal já existentes em alguns hospitais do país.


Existem campanhas contra o aborto promovidas pela AME?


A AME-Paraná, sob a presidência fraterna e idealista o dr. Laércio Furlan, tem uma campanha permanente: Vida, sim! Nela, todos os membros estão envolvidos e visa, principalmente, o esclarecimento de adolescentes e jovens, o apoio para que a gestante leve a gravidez até o fim e o aconselhamento sempre disponível, baseado na fraternidade. A AME-São Paulo participou ativamente de campanha contra o aborto, o que felizmente não se concretizou. Enfim, todas as AMEs estão engajadas nessa luta, que tem características próprias em cada Estado.


Quais são os países que mais se preocupam com o aborto e os países onde se comete o maior número de abortos?


Há muito poucos países no mundo onde o aborto ainda não é legal. Estados Unidos e Rússia são as que fazem o maior número de abortos no mundo.


Em relação ao Brasil, há algum número estatístico sobre os abortos cometidos?


Nenhuma estatística brasileira, a esse respeito, é confiável. O que se faz aqui no Brasil é manipular esses números duvidosos com a finalidade de se legalizar o aborto, alegando-se que a mulher tem o direito de fazê-lo em condições técnicas adequadas. Os que assim agem pretendem que o Estado esteja devidamente aparelhado para institucionalizar a pena de morte para inocentes.


Explique em linhas gerais quais são as conseqüências do aborto?


O aborto traz conseqüências orgânicas, psicológicas e espirituais, nesta existência e na outra, para a mulher que o provoca, para o companheiro que não a apóia na gravidez e para a equipe de saúde que o executa. Não há como negar, porém, que as conseqüências são mais graves para a mulher, porque, desde tempos imemoriais, ela traz no seu psiquismo o compromisso com os entezinhos que necessitam vir ao mundo para progredir. Essas conseqüências tomam o nome de obsessão, depressão, disfunções e doenças orgânicas do aparelho genital, etc.


Por que resolveu publicar um livro sobre o aborto?


A luta contra o aborto está intimamente ligada a minha convicção como espírito imortal e a minha tarefa como médica.


Enquanto escrevia o livro, tive confirmação de que estava absolutamente certa, quando me deparei com a estatística de um dos maiores geneticistas do mundo, Steve Jones, são 90 milhões de recém-nascidos, por ano, no mundo, contra 60 milhões de abortos, no mesmo período, ou seja, em cinco anos, o número de mortos por aborto é maior do que o morticínio ocorrido nos seis anos da Segunda Guerra Mundial.


O que aborda o livro?


O Clamor da Vida é um livro é um livro de conceitos. Com ele, visamos, sobretudo, discutir os fundamentos da Bioética Espírita. Ao emitirmos, por exemplo, o conceito e o significado da própria vida, procuramos lançar luzes acerca dói que é licito e do que não é licito na atitude bioética. Com isso, evidenciamos o valor da pessoa humana e a tentativa sub-reptícia dos que desejam reduzi-la ao estado de coisa, com a conseqüente perda de sua dignidade. Com esses conceitos, chegamos facilmente à conclusão de que a vida é um bem outorgado e que nem a mulher, nem o homem, nem o Estado, tem o direito de dispor dela.


Na sua opinião o movimento espírita deveria enfatizar mais a questão do aborto, ou seja, promover uma campanha forte e maciça?


Creio que essa campanha forte e maciça deverá ocorre toda vez que houver real ameaça de legalização do aborto em nosso país. Enquanto isso não ocorre, e esperamos em Deus não venha a ocorrer, deve-se continuar a falar contra o aborto, como temos feito em nossas atividades normais, conforme se faça necessário, sobretudo, como ação preventiva.


Gostaria de deixar alguma mensagem de reflexão sobre o assunto?


Cremos, firmemente, que os seres humanos vão eliminar, de forma definitiva, o infanticídio e o aborto da face da Terra, porque a evolução espiritual é inapelável. Sob os ares benfazejos do progresso, os seres humanos vão elevar o padrão do seu comportamento moral, de modo a banir toda forma de violência, inclusive essa, que é uma das mais cruéis – a do aborto – para viverem, em toda plenitude, o sentimento sublime do Amor, em todas as latitudes do Planeta.


(Extraído da Revista Cristã de Espiritismo, nº 26, páginas 06-11)