domingo, 11 de março de 2012

 AS CONSEQUENCIAS ESPIRITUAIS DO ABORTO
As complicações clínicas advindas dos abortos provocados na esfera ginecológica são inúmeras e podem, inclusive, determinar o êxito letal da mulher.

No campo psicológico, são comuns os processos depressivos subseqüentes que acometem as mulheres que se submeteram à eliminação da gestação indesejada. A sensação de vazio interior, mesclada com um sentimento de culpa consciente e inconsciente, freqüentemente, determina uma acentuada baixa de vibração na psicosfera feminina.


Paralelamente, a ação do magnetismo mental do espírito expulso passará gradativamente a exacerbar a situação depressiva materna.


Como já estudamos, em muitos casos, aquele que reencarnaria como seu rebento estava sendo encaminhado para um processo de reconciliação afetiva. O véu do esquecimento do passado é que possibilitaria a reaproximação de ambos sob o mesmo teto. Com o aborto provocado, à medida que o espírito recobra a consciência, passa, nesses casos, a emitir vibrações que, pelo desagrado profundo, agirão de forma nociva na psicosfera materna. Em que pese o esforço protetor exercido pelos mentores amigos, em muitas circunstâncias se estabelece o vínculo simbiótico, mergulhando a mãe nos tristes escaninhos da psicopatologia.


Ao desencarnar, de volta ao plano espiritual, a mãe apresentará em diversos níveis, conforme o seu grau de responsabilidade, distonias energéticas que se farão representar por massas fluídicas escuras que comporão a estrutura de seu psicossoma (perispírito). Apesar de serem atendidas com os recursos e as técnicas terapêuticas existentes no mundo astral, a chaga energética, em muitos casos, se mantém, em função da gravidade e agravantes existentes.


As lesões na textura íntima do psicossoma a que nos referimos, muitas vezes, só podem ser eliminadas numa próxima encarnação de características expiatórias.


Expiação, longe de ter uma conotação punitiva, pois esse critério não existe na planificação superior, é um método de eliminação das desarmonias mais profundas para a periferia do novo corpo físico. A expiação sempre tem função regeneradora e construtiva e visa restaurar o equilíbrio energético perdido por posturas desequilibradas do passado.


As deficiências que surgirão no corpo físico feminino, pelo mecanismo expiatório, visa, em última análise, suprimir o mal, drená-lo para a periferia física. Segundo os textos evangélicos: “A cada um de acordo com as próprias obras”.


Os desajustes ocorrem inicialmente nas energias psicossomáticas do chacra genésico, implantando-se nos tecidos da própria alma as sementes que germinarão no seu novo corpo físico, em encarnação vindoura, como colheita de semeadura anterior.




RESPONSABILIDADE PATERNA


Se é verdade que a mulher se constitui no ninho onde se aconchegam os ovos, que, acalentados pelo amor, abrir-se-ão em novos filhotes da vida humana, não há como se esquecer da função paterna.


A pretensa igualdade pregada por feministas, que mais se mostram como extremistas, não permite que se enxergue pela embaciada lente do orgulho, que a mulher jamais será igual ao homem. A mulher é maravilhosamente especial para se igualar a nós homens.


Já nos referimos às complexas conseqüências para o lado materno no caso da interrupção premeditada da gestação.


Faz-se necessário, não só por uma questão de esclarecimento, mas até por justiça, estudarmos os efeitos sobre o elemento paterno que, muitas vezes, é o mentor intelectual do crime.


Desertando do compromisso assumido, ou pressionando pela força física ou mental, o homem, a quem freqüentemente a mulher se subordina para manter a sobrevivência, obriga a sua companheira a abortar. Não estamos eximindo quem quer que seja da responsabilidade, pois cada qual responde perante a lei da natureza proporcionalmente à sua participação nos atos da vida. A mãe terá sua quota de responsabilidade, ou de valorização, devidamente codificada nos computadores do seu próprio espírito.


O homem, freqüentemente, obterá na existência próxima a colheita espinhosa da semeadura irresponsável. Seu chacra coronário ou cerebral, manipulador da indução ao ato delituoso, se desarmonizará gerando ondas de baixa freqüência e elevado comprimento ondulatório. Circuitos energéticos anômalos se formarão nesse nível, atraindo por sintonia magnética ondas de similar amplitude e freqüência, abrindo caminho à obsessão espiritual.


As emanações vibratórias doentias do seu passado, que jaziam adormecidas, pulsarão estimuladas pela postura equivocada atual e abrirão um canal anímico de acesso aos obsessores.


O chacra genésico também recebe o influxo patológico de suas atitudes, toma-se distônico e, na seguinte encarnação programa automaticamente pelos computadores perispirituais a fragilidade do aparelho reprodutor. Objetivamente, veremos moléstias testiculares e distúrbios hormonais como reflexos do seu pretérito.


Lembramos sempre que não se pode generalizar raciocínios nem padronizar efeitos, pois cada espírito tem um miliar de responsabilidades e, a cada momento, atos de amor e de crescimento interior diluem o carma construído no passado.




CONSEQÜÊNCIAS PARA O ABORTADO


A especificidade de cada caso determina situações absolutamente individuais no que se refere às repercussões sofridas pelo espírito eliminado de seu corpo em vias de estruturação.


Se existe na ciência do espírito uma regra fundamental que rege a lei de causa e efeito, poderíamos enunciá-la assim: A reação da natureza sempre se fará proporcional à intencionalidade da ação. Isto é, jamais poderemos afirmar que um determinado ato levará inexoravelmente a uma exata conseqüência.


Quando a responsabilidade maior da decisão coube aos encarnados, pai e ou mãe, eximindo o espírito de participação voluntária no aborto, teremos um tipo de situação a ser analisada.


O espírito, quando de nível evolutivo mais expressivo, tem reações mais moderadas e tolerantes. Muitas vezes seria ele alguém destinado a aproximar o casal, restabelecer a união ou, mesmo no futuro, servir de amparo social ou efetivo aos membros da família. Lamentará a perda de oportunidade de auxílio para aqueles que ama. Não se deixará envolver pelo ódio ou ressentimento, mesmo que o ato do aborto o tenha feito sofrer física e psiquicamente. Em muitos casos, manterá, mesmo desencarnado, tanto quanto possível, o seu trabalho de indução mental positiva sobre a mãe ou os cônjuges.


Nas situações em que o espírito se encontrava em degraus mais baixos da escada evolutiva, as reações se farão de forma mais descontrolada e, sobretudo, mais agressiva.


Espíritos destinados ao reencontro com aqueles a quem no passado foram ligados por liames desarmônicos, ao se sentirem rejeitados, devolvem na idêntica moeda o amargo fel do ressentimento.


Ao invés de se sentirem recebidos com amor, sofrem o choque emocional da indiferença ou a dor da repulsa. Ainda infantis na cronologia do desenvolvimento espiritual, passam a revidar com a perseguição aos cônjuges ou outros envolvidos na consecução do ato abortivo.


Em determinadas circunstâncias, permanecem ligados ao chacra genésico materno, induzindo consciente ou inconscientemente a profundos distúrbios ginecológicos aquela que fora destinada a ser sua mãe.


Outros, pela vampirização energética, tornam-se verdadeiros endoparasitas do organismo perispiritual, aderindo ao chacra esplênico, sugando o fluido vital materno.


As emanações maternas e paternas de remorso, de culpa ou outras que determinam o estado psicológico depressivo, abrem caminho no chacra coronário dos pais para a imantação magnética da obsessão de natureza intelectual.


A terapêutica espiritual, além da médica, reconduzirá todos os envolvidos ao equilíbrio, embora freqüentemente venha a ser longa e trabalhosa.


Há também espíritos que, pela recusa sistematicamente determinada em reencarnar, para fugir de determinadas situações, romperam os liames que os unia ao embrião. Estes terão seus débitos cármicos agravados e muitas vezes encontrarão posteriores dificuldades em reencarnar, sendo atraídos a gestações inviáveis e a pais necessitados de vivenciar a valorização da vida.


No entanto, o grande remédio do tempo sempre proporcionará o amadurecimento e a revisão de posturas que serão gradativamente mais harmoniosas e, sobretudo, mais construtivas.


Todos terão oportunidade de amar.






A VISÃO MÉDICO-ESPÍRITA DO ABORTO


Por Érika Silveira




Devido à complexidade do tema aborto, é fundamental aliar a abordagem cientifica a espiritual. Para tanto, entrevistamos a dra. Marlene Nobre, médica ginecologista, presidente do Grupo Espírita Cairbar Schutel e da AME (Associação Médico-Espírita) do Brasil e Internacional. É também autora dos livros: Lições de Sabedoria, A Obsessão e Suas Mascaras, Nossa Vida no Além, A Alma da Matéria e O Clamor da Vida. Este último foi escrito com o propósito de ressaltar os argumentos científicos contra o aborto e propiciar ao publico uma compreensão de que a vida se expande muito mais além do que a formação de um feto.




Como a medicina aliada à espiritualidade vê a questão do aborto?


Como é lógico, os fundamentos da medicina espírita são os mesmos do espiritismo, sendo assim, a questão 358 de O Livro dos Espíritos deixa clara a questão do aborto: é um crime.


Esse foi um dos temas abordados no MEDINESP 2003, inclusive com uma carta publicada. O que dizia essa carta?


A Carta de São Paulo exprime compromissos bioéticos dos membros das Associações Médico-Espíritas do Brasil e foi elaborada pelos participantes da Assembléia Geral, realizada durante o MEDINESP. Entre os vários compromissos nela exarados, os médicos das AMEs comprometem-se a lutar não apenas contra a eutanásia e o aborto, mas também, contra a administração da chamada “pílula do dia seguinte”, que é abortiva. Por exemplo, quando forçado a receitar a “pílula do dia seguinte”, nos ambulatórios públicos, o médico espírita não o faz, para isso, lança mão de um direito legitimo, reconhecido pelo Código de Ética Médica, que é o de ser fiel à sua própria consciência. Do mesmo modo, o anestesista espírita lança mão desse mesmo direito para não participar das equipes de abortamento legal já existentes em alguns hospitais do país.


Existem campanhas contra o aborto promovidas pela AME?


A AME-Paraná, sob a presidência fraterna e idealista o dr. Laércio Furlan, tem uma campanha permanente: Vida, sim! Nela, todos os membros estão envolvidos e visa, principalmente, o esclarecimento de adolescentes e jovens, o apoio para que a gestante leve a gravidez até o fim e o aconselhamento sempre disponível, baseado na fraternidade. A AME-São Paulo participou ativamente de campanha contra o aborto, o que felizmente não se concretizou. Enfim, todas as AMEs estão engajadas nessa luta, que tem características próprias em cada Estado.


Quais são os países que mais se preocupam com o aborto e os países onde se comete o maior número de abortos?


Há muito poucos países no mundo onde o aborto ainda não é legal. Estados Unidos e Rússia são as que fazem o maior número de abortos no mundo.


Em relação ao Brasil, há algum número estatístico sobre os abortos cometidos?


Nenhuma estatística brasileira, a esse respeito, é confiável. O que se faz aqui no Brasil é manipular esses números duvidosos com a finalidade de se legalizar o aborto, alegando-se que a mulher tem o direito de fazê-lo em condições técnicas adequadas. Os que assim agem pretendem que o Estado esteja devidamente aparelhado para institucionalizar a pena de morte para inocentes.


Explique em linhas gerais quais são as conseqüências do aborto?


O aborto traz conseqüências orgânicas, psicológicas e espirituais, nesta existência e na outra, para a mulher que o provoca, para o companheiro que não a apóia na gravidez e para a equipe de saúde que o executa. Não há como negar, porém, que as conseqüências são mais graves para a mulher, porque, desde tempos imemoriais, ela traz no seu psiquismo o compromisso com os entezinhos que necessitam vir ao mundo para progredir. Essas conseqüências tomam o nome de obsessão, depressão, disfunções e doenças orgânicas do aparelho genital, etc.


Por que resolveu publicar um livro sobre o aborto?


A luta contra o aborto está intimamente ligada a minha convicção como espírito imortal e a minha tarefa como médica.


Enquanto escrevia o livro, tive confirmação de que estava absolutamente certa, quando me deparei com a estatística de um dos maiores geneticistas do mundo, Steve Jones, são 90 milhões de recém-nascidos, por ano, no mundo, contra 60 milhões de abortos, no mesmo período, ou seja, em cinco anos, o número de mortos por aborto é maior do que o morticínio ocorrido nos seis anos da Segunda Guerra Mundial.


O que aborda o livro?


O Clamor da Vida é um livro é um livro de conceitos. Com ele, visamos, sobretudo, discutir os fundamentos da Bioética Espírita. Ao emitirmos, por exemplo, o conceito e o significado da própria vida, procuramos lançar luzes acerca dói que é licito e do que não é licito na atitude bioética. Com isso, evidenciamos o valor da pessoa humana e a tentativa sub-reptícia dos que desejam reduzi-la ao estado de coisa, com a conseqüente perda de sua dignidade. Com esses conceitos, chegamos facilmente à conclusão de que a vida é um bem outorgado e que nem a mulher, nem o homem, nem o Estado, tem o direito de dispor dela.


Na sua opinião o movimento espírita deveria enfatizar mais a questão do aborto, ou seja, promover uma campanha forte e maciça?


Creio que essa campanha forte e maciça deverá ocorre toda vez que houver real ameaça de legalização do aborto em nosso país. Enquanto isso não ocorre, e esperamos em Deus não venha a ocorrer, deve-se continuar a falar contra o aborto, como temos feito em nossas atividades normais, conforme se faça necessário, sobretudo, como ação preventiva.


Gostaria de deixar alguma mensagem de reflexão sobre o assunto?


Cremos, firmemente, que os seres humanos vão eliminar, de forma definitiva, o infanticídio e o aborto da face da Terra, porque a evolução espiritual é inapelável. Sob os ares benfazejos do progresso, os seres humanos vão elevar o padrão do seu comportamento moral, de modo a banir toda forma de violência, inclusive essa, que é uma das mais cruéis – a do aborto – para viverem, em toda plenitude, o sentimento sublime do Amor, em todas as latitudes do Planeta.


(Extraído da Revista Cristã de Espiritismo, nº 26, páginas 06-11)

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