quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A TAREFA DE CADA UM
Há um momento em nossas vidas em que todos nós nos rendemos ao inevitável apelo para o autoconhecimento. Enquanto isto não acontece, passamos pela vida como que anestesiados e insensíveis à realidade de nós mesmos, agindo e reagindo ao sabor dos ditames impostos pela sociedade em que vivemos.

A partir do ponto em que nos rendemos ao clamor íntimo do auto descobrimento,  iniciamos uma verdadeira cruzada na tentativa de obter respostas às questões relacionadas com o velho dilema do "Conhece-te a ti mesmo". Começamos então a questionar a nossa própria realidade existencial, a origem da vida, a razão de estarmos aqui nesta existência, o porquê das experiências ou relacionamentos a que somos expostos, e até alvoramo-nos no direito de questionar o acerto da decisão Daquele que nos criou e nos colocou nessas circunstâncias.

No extraordinário livro Memórias do Padre Germano encontramos um ilustrativo exemplo desse dilema que ainda é uma característica da avassaladora maioria dos espíritos encarnados no planeta terra, haja visto o baixo nível evolutivo dos seus habitantes. Através da maravilhosa obra de Amalia Domingo Soler, o padre Germano nos relata o dilema que viveu em uma das suas encarnações aqui em nosso orbe, na qual experimentou, como membro da igreja de Roma, a permanente e asfixiante sensação de viver se sentindo com um peixe fora d’água, especialmente ao desempenhar a espinhosa função eclesiástica de confessor. Em momento de inquietação angustiante, ele assim se manifesta:

 "Amado Deus, por que tive eu que nascer nas fileiras desta ordem religiosa?Por que Você me obrigou a ser guia dessas pobres ovelhas, meus paroquianos, se eu não posso tão pouco guiar a mim mesmo? Senhor, deve haver outras moradas no espaço, porque aqui neste planeta uma alma capaz de pensar fica asfixiada ao presenciar tanta miséria e hipocrisia. Eu desejo seguir o caminho certo, mas ao longo da jornada eu vejo tantas armadilhas!"

O exemplo é mesmo bem ilustrativo, mas cabe ressaltar que ao folhearmos as páginas deste excepcional livrinho, temos a convicção de que o padre Germano era um espírito em estágio evolutivo bem acima da maioria de todos nós e que cumpriu a sua missão naquela existência de forma exemplar, podendo mesmo servir de guia e modelo para todos nós que aspiramos passar pelos embates da vida e cumprirmos com a nossas tarefas onde quer que a vida nos coloque.

A Doutrina dos Espíritos veio para nos dar as respostas àquelas questões existencias e acima de tudo para nos mostrar com uma clareza insofismável, as razões e os porquês de estarmos aqui e expostos às experiências e aos relacionamentos que temos vivenciado nesta encarnação. É bem verdade que ela só nos dá as respostas de que necessitamos para cumprirmos com a nossa tarefa de espíritos encarnados e galgar alguns degraus a mais na nossa escala evolutiva rumo a felicidade. Mas o que é mais importante e digno da atenção de todos nós que aspiramos sincera e honestamente por um mundo de Paz e Harmonia, enfim, um mundo regenerado, é que além das respostas que obtemos através da mensagem dos espíritos, existe nesta mesma mensagem um apelo claro ao nosso senso de responsabilidade perante a Lei de Causa e Efeito. A esta sim, teremos que nos curvar, pois somente o respeito e a adesão incondicional às suas diretrizes propiciarão o advento de um mundo de Paz e Harmonia para todos nós.

Assim, que tenhamos ouvidos para ouvir e olhos para enxergar e adotemos em nossas vidas a máxima insculpida na Doutrina dos Espíritos que nos diz: "Fora da caridade não há salvação".

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

  CORAGEM DE SER FELIZ
    Vive-se, desde há algum tempo, a grande transição por que vêm passando o planeta e a sociedade que o habita.
         Repentinamente grandes mudanças operam-se em torno dos valores ético-morais, dos comportamentos sociais e dos relacionamentos humanos, de alguma forma gerando graves transtornos individuais e coletivos, em face do agravamento da ansiedade e da culpa que se vêm instalando nos indivíduos.
         A liberação sexual, a igualdade dos direitos da mulher, leis mais justas em torno dos direitos humanos, respeito à fauna e à flora, mais possibilidades de encontrar a própria identidade, passaram a ser realidades, nas últimas décadas do século passado e no amanhecer deste novo milênio.
         Nada obstante, açodados pelas paixões predominantes em a sua natureza animal, os indivíduos tombaram em maior volume de agressividade e de despautério, vitimados pela alucinação do prazer em total desrespeito à constituição orgânica e aos impositivos da evolução moral.
         Regimes totalitários foram derrubados e sofrem os últimos estertores agônicos, enquanto outros ergueram-se em algazarra de falso triunfo, no mesmo momento em que a fome e as epidemias devoram milhões de vidas inermes, ensejando que o sofrimento estiole os corações.
         Adaptações geológicas vêm ocorrendo, produzindo terríveis cataclismos, enquanto o progressivo aquecimento do planeta e a poluição desmedida do ar, das reservas de água, ameaçam de extinção a diversidade de expressões de vida, inclusive a humana...
         Sucede que o veloz desenvolvimento científico e tecnológico não tem sido acompanhado por igual crescimento de natureza moral, atormentando aqueles mesmos que o promovem, e que, para enfrentarem os volumosos desafios disso decorrentes, robotizam-se, perdendo a identidade, fugindo para o desespero ou para a exorbitância dos prazeres, como mecanismos de neutralização da consciência ante os torpes acontecimentos.
         Esses fenômenos, no entanto, fazem parte do processo da transformação que se opera na Terra, trabalhando as condições definidoras do futuro, quando a dor deixará de ser o instrumento hábil para o despertamento das responsabilidades morais e sociais dos Espíritos, convidando-os às reflexões de amor e de auxílio mútuo entre todos.
         Simultaneamente, os transtornos de conduta e as obsessões campeiam em desvario ceifando vidas, ou, pelo menos, desarmonizando mentes e sentimentos que são alcançados sem o necessário suporte de forças para a superação que se impõe.
         Sem dúvida, são muitas as glórias do engenho do pensamento através das conquistas logradas, alterando completamente a paisagem terrestre, ao tempo em que, também, são incontáveis os desassossegos que irrompem em toda parte, gerando sofrimento e pânico em progressão imprevisível.
         ...E o ser humano, que poderia encontrar-se feliz ante as realizações valiosas que lhe assinalam estes dias de deslumbramento da inteligência e de ambições emocionais, peregrina triste, quase sucumbido ante o peso das inquietações que o assolam.
         A alegria vem-se transformando em algazarra e o sorriso em esgar, quando não em máscara elaborada para ocultar os inquietantes estados íntimos.
         A coragem de lutar e de superar os impositivos decorrentes do despreparo para enfrentar os males que se tem causado diminui, na razão direta em que o consumo de álcool, de drogas, as fugas espetaculares de todo porte aumentam vertiginosamente, numa voragem assustadora.        
         É imprescindível, porém, deter-te na desorganizada correria para o nada, em reflexão a respeito da coragem.
         Coragem não é somente a intempestiva reação do desespero, que se anota como de alto valor físico ou moral, mas é a capacidade de enfrentar situações calamitosas e assustadoras, sem desânimo, apesar desse mesmo desespero.
         A coragem física, nos padrões convencionais, resultado de anteriores conflitos do lar, de medos ocultos, de agressões sofridas na infância, muitas vezes não passa de arrogância que intimida e recebe aplauso da insensatez.
         A verdadeira coragem moral deve predominar no comportamento, convidando ao equilíbrio e à alegria de viver.
         O exibicionismo, que passa como vitória, e a prepotência que ameaça, na maioria das vezes, são necessidades de valorização do ego com enormes prejuízos para o si-mesmo. Enquanto que a coragem moral é o desafio para a consideração positiva e a ação dignificadora dos acontecimentos em torno dos valores éticos e espirituais que os caracterizam.
         Dessa forma, é necessário que tenhas coragem de reconhecer os teus limites, deficiências e dificuldades de maneira honorável. Nenhuma postura extravagante de autocomiseração, nem a audácia presunçosa de que és irretocável.
         A coragem vem sempre associada à humildade que faculta a perfeita identificação do indivíduo com os seus valores reais, em face do autoconhecimento de que se tornou possuidor.
         Assim sendo, supera o medo da vida, isto é, o receio dos conflitos, das necessárias provações que fortalecem o caráter e desenvolvem os sentimentos, aprimorando o Espírito, assim como o da morte, que se denominou como a perda da identidade, a submissão aos afetos, a dependência de outrem...
         Quem aprendeu a ser livre não se encarcera facilmente, tampouco aprisiona outrem, estando em condições de arrostar conseqüências, sejam quais forem, pelas decisões tomadas em clima de tranqüilidade.
         Torna-se, portanto, urgente neste momento de crises existências e de descalabros morais, que te imponhas uma cuidadosa auto-análise a respeito do comportamento que te permites, desenvolvendo a coragem de amar, de lutar por ideais de engrandecimento pessoal e social, encontrando alegria de viver e de desenvolver as aptidões divinas em ti adormecidas.
         Esquece a queixa pessimista e as acusações indébitas, fazendo o melhor ao teu alcance, a fim de que alguém seja mais feliz e, por efeito, o mundo se apresente menos enfermo e agressivo.
         Desenvolve a criatividade construtiva, oferecendo algo a mais, além daquilo a que te comprometeste, tornado mais belos os teus dias e mais agradáveis os teus relacionamentos.
         Sabendo das grandes dificuldades existentes, reveste-te de compaixão pelo teu irmão e ajuda-o com a tua oferta de alegria e de paz, a fim de que ele encontre motivações para ser feliz.
 
Iluminação Interior
Joanna de Ângelis
Divaldo Pereira Franco
CONVITE
2ª Caminhada em Defesa da Vida
Dia 19 Sábado - a partir das 10h com saída da Praça de Esportes.