segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011


O jornal O GLOBO (15,02,2011), em reportagem assinada por Rafael Galdo, informa que a escola de samba Unidos do Viradouro, terá um carro alegórico com a imagem do Francisco Cândido Xavier.
No enredo “Quem sou eu sem você?”, o último carro alegórico fará uma homenagem ao médium com uma escultura em que aparecerá Xavier psicografando, cercado por 60 componentes, alguns deles “espíritas”, que farão uma performance de “mediunidade”.
  Mas, há reações no mundo espírita por tal homenagem…

Nota de Esclarecimento – Chico Xavier e Carnaval Carioca

Às Entidades Federativas Estaduais,
Confira a “NOTA DE ESCLARECIMENTO” sobre notícias relacionadas com o carnaval carioca.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Tendo em vista inúmeras manifestações recebidas relacionadas com o anúncio de homenagens que se pretende prestar ao Espiritismo e a Chico Xavier no carnaval carioca, que enfoca a importância da comunicação dos homens com o mundo espiritual, a Federação Espírita Brasileira – FEB informa que tomou conhecimento desse assunto quando da sua publicação, não sendo correta a interpretação de que tenha participado de prévio entendimento.
A FEB esclarece, também, que continua empenhada em promover a difusão da Doutrina Espírita, nos moldes e na forma compatível com os seus princípios doutrinários, com seriedade, dignidade e elevação espiritual.
A FEB esclarece, finalmente, que respeita o direito de todos os que, no uso de sua liberdade de ação, agem no mesmo sentido de colocar a mensagem consoladora e esclarecedora dos ensinos espíritas ao alcance e a serviço de todas as pessoas, onde elas se encontrem, orientando, todavia, para que esse trabalho seja sempre feito preservando os seus valores éticos e doutrinários.
Brasília, 18 de fevereiro de 2011.
Assessoria de Comunicação da FEB

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

 Mensagem ao Movimento Espírita

Meus filhos, que Jesus nos abençoe.
Estamos no limiar de uma nova era e no crepúsculo da cultura e da civilização do passado.
Abrem-se-nos as perspectivas de um período novo que vem sendo anunciado através dos evos.
Momento grave este que vivemos no Planeta, quando os valores éticos enobrecidos cedem lugar ao desequilíbrio e às manifestações do primitivismo, que devem desaparecer da estrutura psicológica da criatura humana.
A decadência da ética e a revolução que se apresenta como indispensável para as novas propostas de valorização da criatura humana asfixiam a identidade superior do Espírito, reduzindo-a a escombros que se demoram no letargo das paixões inferiores.
Faz-se-nos imprescindível a coragem da fé, a fim de arrostarmos as conseqüências da luta que nos é imposta para preservação das leis morais exaradas na Doutrina Espírita, restaurando o pensamento pulcro de Jesus.
Momento difícil este, em que a criatura sente-se aturdida, sem parâmetro para selecionar os valores que lhe devem conduzir o comportamento. Instante grave, em que as injunções penosas cerceiam os ideais de enobrecimento, relegando-os a plano secundário. Hora apocalíptica, em que as tentações de alto e de pequeno porte contaminam os menos preocupados com a verdade e os poucos distraídos das responsabilidades mais elevadas. É, também, o do chamamento para a decisão que deve caracterizar aqueles que ouvimos Jesus e nos comprometemos com Ele em regime de totalidade.
Tende cuidado, porque, na hora da demolição das construções antigas e perversas, é possível que muitas edificações enobrecidas sejam postas abaixo pela fúria destruidora. Permanecei vigilantes, porque as provocações da insensatez e as manifestações de agressividade chegar-vos-á às portas do sentimento, perturbando-vos e arrastando-vos a situações lamentáveis, de que vos dareis conta de imediato, porém, tardiamente.
É necessário porfiardes  no dever, abraçando a cruz da renúncia pessoal e deixando-vos levar ao holocausto, para que o gesto estóico transforme-se no momento heróico da nossa doação plena e total.
Jesus, meus filhos, ainda permanece ignorado pela sociedade contemporânea. Jesus das largas caminhadas entre as praias de Cafarnaum e a aldeia da Magdala, das águas tépidas do Genesaré à aridez das altas montanhas da Judéia. Aquele que, por coragem, preferiu perder tudo quanto o mundo pretende oferecer para preservar-se fiel aos valores do Pai, que trazia, a fim de construir o homem do futuro, que vem sendo desenhado há dois mil anos a somente agora se corporifica na sociedade sofrida.
Sabemos que estais cansado do prazer anestesiante, do gozo alucinado, que tem conduzido as multidões às patologias graves do comportamento desequilibrado. Nunca, porém, os estados de consciência alterada facultaram intercâmbio com a vida transcendente em escala poderosa como hoje.
A mediunidade, a serviço do Senhor, tem ampliado os horizontes da Terra, nem sempre exitosamente.
Os ouropéis do mundo, os triunfos enganosos, os aplausos de mentira e os “spotlights” das fanfarronadas humanas têm-se responsabilizado pelo malogro de idealistas que se comprometeram a servir e não suportaram as pressões da governança terrestres nem das posições elevadas do mundo.
Sede vós, aqueles que possais disputar a honra de servir e de passar, ignorados talvez, nunca ignorantes da verdade, desprezados possivelmente, jamais desprezíveis diante da consciência ilibada.
Hoje ou nunca mais, neste momento grave se repetirá o chamado do Senhor para nós. Esta oportunidade definir-nos-á os rumos do futuro e vós prometestes seguir as pegadas de Jesus, fiéis `Revelação Espírita, conforme no-la ofereceu o discípulo fiel, que foi Allan Kardec.
Não há mais tempo para as discussões estéreis nem para as frivolidades das opiniões personalistas em detrimento dos lídimos da fraternidade, do amor e da caridade.
Sede vós os lutadores autênticos, preparadores da era que começa, nesta noite histórica, precedendo a alvorada de luz, de liberdade e de paz.
“Eis que vos mando como ovelhas mansas ao meio de lobos rapaces” – disse Jesus – e estais na Terra como ovelhas mansas, porém decididas, conscientes da vossa responsabilidade.
Não temais, porque somente lobos tombam nas armadilhas de lobos. E, fiéis ao compromisso firmado, chegareis ao país da plenitude, com consciência tranqüila e o coração pacificado, na condição de servos que apenas cumpristes com os vossos deveres.
Que o Senhor nos preserve de nós mesmos e o Seu amor nos coroe a vida, dulcificando-nos a existência.
Muita paz, meus filhos, são os votos que formula o servidor humílimo e paternal de sempre.
BEZERRA

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

  Palavras aos pais e aos evangelizadores da infância

José Passini
“Encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.”1

visão que se tem da criança pela ótica espírita difere fundamentalmente daquela que é sustentada pelas doutrinas que pregam a unicidade da existência corpórea. Para essas correntes de pensamento religioso, a criança traz, ao nascer, apenas os ascendentes biológicos, que seriam herdados dos antepassados próximos ou remotos.

A concepção espírita diverge, também, de outras doutrinas reencarnacionistas que consideram a volta do Espírito ao mundo material apenas com fins punitivos ou, quando muito, para o cumprimento de uma missão.

O Espiritismo não nega a reencarnação missionária, e ensina que aquilo que é visto como punição é apenas o funcionamento da lei de causa e efeito. Entretanto, vai além, ampliando a compreensão da própria vida, ao revelar o aspecto evolutivo da reencarnação.

Vista sob essa ótica, a criança é um Espírito imortal, detentor de imensa bagagem de experiências vivenciadas em outras épocas, herdeira de si mesma, que retorna à Terra, a fim de adquirir novos conhecimentos e, principalmente, de reformular sua maneira de proceder, ajustando-a, tanto quanto possível, aos postulados do Evangelho de Jesus. Assim, aprende-se, no Espiritismo, que a reencarnação tem por objetivo o prosseguimento da jornada evolutiva do Espírito.

Ao responderem a Kardec a respeito da utilidade de passar pelo estado de infância, os Espíritos superiores atribuíram a responsabilidade da execução dos procedimentos educativos, não só aos pais, mas a todos aqueles que têm oportunidade de propiciar à criança ensinamentos e exemplos que a ajudem a adquirir novos conhecimentos e a reformular seu modo de proceder, ou seja, de reeducar-se através do esforço consciente, no sentido de exteriorizar sua luz, herança divina de que todos os Espíritos somos dotados, conforme ensinamento de Jesus (Mateus, 5: 16).

Dentre esses incumbidos de educá-la, segundo a expressão dos Espíritos (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 8, FEB), estão os evangelizadores da infância, ligados a esses irmãos recém-chegados do mundo espiritual, não pelos laços da consanguinidade nem do parentesco físico, mas pelos mais sagrados elos da nobre tarefa assumida perante o Evangelizador Maior.

Entende-se, assim, que foram admitidos num trabalho que é continuação daquele iniciado no mundo espiritual, na preparação do Espírito para sua volta às lides terrenas. Ao ser considerada a Escola Espírita de Evangelização como um Posto Avançado do mundo espiritual, deve-se meditar sobre a extensão e a responsabilidade da tarefa que é atribuída ao evangelizador.

Consciente dessa grave responsabilidade, qual seja a de iluminar consciências, urge que se prepare convenientemente através da oração sincera, da meditação serena, do estudo edificante, a fim de que a sua palavra, portadora de carga magnética gerada na convicção profunda, e não apenas na informação superficial, possa tocar os pequeninos, pois quem não está convencido do que diz, raramente consegue convencer alguém. Como exemplo, é oportuna a lembrança das palavras do Benfeitor Alexandre, citadas no livro Missionários da Luz:

[...] O companheiro que ensina a virtude, vivendo-lhe as grandezas em si mesmo, tem o verbo carregado de magnetismo positivo, estabelecendo edificações espirituais nas almas que o ouvem. Sem essa característica, a doutrinação, quase sempre, é vã.2

Desse modo, a palavra suave, embora firme, abrirá as portas do entendimento da criança, propiciando oportunidade à semeadura das lições do Evangelho, agora explicado à luz da Doutrina Espírita.

Deve, o evangelizador, ter consciência de que a Escola Espírita de Evangelização – chamada afetivamente de “escolinha” – é, malgrado o pouco tempo de que dispõe para o convívio com a criança, apesar da incompreensão de alguns dirigentes de centros espíritas e das dificuldades materiais, a escola que mais esclarece no mundo, aquela mais propícia à implantação dos tempos novos, em face dos ensinamentos libertadores, capazes de levar o evangelizando a uma mudança de mentalidade, que o capacitará a colaborar efetivamente na implantação de uma sociedade mais justa, mais humana, mais fraterna, conforme preconizam os Espíritos.

Importa seja lembrado também que o Espiritismo, ao trazer de volta os ensinamentos de Jesus, na sua simplicidade, objetividade e pujança originais, anula aquele sentimento místico do comparecimento ao templo – assim chamado casa de Deus – e revela o mundo como oficina da vivência religiosa, portanto, do aperfeiçoamento espiritual.

Anula, também, outro referencial religioso, além do templo, qual seja a figura do guru, do sacerdote, do pastor. Tendo isso em mente,deve o evangelizador meditar sobre o que ele representa para a criança, que o observa efetivamente como referencial religioso, malgrado o seu empenho em mostrar-lhe os verdadeiros referenciais nas figuras veneráveis que, através dos tempos, têm trazido suas contribuições para a iluminação da criatura humana, no que se destaca a figura maior de Jesus.

Assim pensando, deve o evangelizador empenhar-se, com toda a força do seu entendimento, no sentido de aprimorar-se cada vez mais para a execução do seu trabalho junto à criança. Esse aprimoramento envolve três aspectos principais, que devem ocupar o primeiro plano das suas preocupações: o pensar, o sentir e o fazer.

O pensar leva-o à reflexão, à conscientização plena do valor do seu trabalho. Quando medita sobre sua atuação no setor de evangelização infantil, deve avaliar o nível do seu comprometimento com a tarefa; que espaço ela ocupa em sua mente; quantas horas por semana dedica ao preparo da mensagem que levará à criança que espera dele a orientação, a fim de que caminhe com segurança neste mundo tão conturbado da atualidade.

Sem que se julgue grande missionário ou Espírito iluminado, é justo que tenha consciência da relevância e do valor da tarefa a que se dispõe, ainda que a sua turma de evangelizandos seja pequena, que seja “turma” de um só! E quando o assalte alguma dúvida a respeito da validade do seu esforço, deve lembrar-se de que no trabalho mediúnico de desobsessão – que deveria denominar-se “evangelização do desencarnado” – um grupo de várias pessoas se empenha, às vezes durante muito tempo, no encaminhamento de um único Espírito que trilha caminho equivocado, não raro por não ter sido evangelizado na infância.

Ao serem examinados os resultados das tarefas desenvolvidas nas instituições espíritas, fica evidente que a Evangelização da criança é a atividade mais  importante, uma vez que beneficia o Espírito desde a fase infantil, influenciando o seu proceder, dando-lhe diretrizes que o ajudarão não só nesta sua passagem pela Terra, mas que servirão como farol a iluminar-lhe a consciência em sua vida de Espírito imortal. Por isso é que, embora reconhecendo o valor das outras tarefas desenvolvidas nos centros espíritas, chega-se facilmente à conclusão de que a Evangelização da Criança deveria ter primazia, deveria ser atividade olhada com a maior responsabilidade por parte dos dirigentes das instituições espíritas, por ser a encaminhadora do Espírito, numa verdadeira continuação do trabalho iniciado no mundo espiritual, durante os preparativos para sua volta.

É a consciência profunda do insubstituível valor da tarefa que deve alentar o evangelizador nos momentos de desânimo, quando a incompreensão dos dirigentes da casa onde trabalha, a falta de espaço físico, de material apropriado, a falta de cooperação dos próprios pais, as dificuldades com a criança – todas essas dificuldades quiserem tirá-lo dessa seara bendita a que foi convocado.

O evangelizador deve empenhar-se, também, no desenvolvimento da sua capacidade de sentir. Todos temos em nós o amor, em estado de latência. Essa herança divina, que o Espírito vai revelando através dos séculos sucessivos, pode ter sua exteriorização acelerada pelo esforço consciente da criatura. E o evangelizador é desafiado ao esforço de amar, pois quem não ama não tem condição de suscitar nos pequeninos o desejo de amar.O  pensar é muito importante, imprescindível mesmo.Mas o pensar sem o sentir pode levá-lo a uma postura muito fria, muito calculada que, embora matematicamente certa dentro dos parâmetros meramente pedagógicos, vistos do ângulo acadêmico, não se coaduna com o espírito do trabalho de evangelização, que deve primar pelo incentivo ao desenvolvimento das virtudes preconizadas pelo Evangelho.

E quando, após anos de trabalho junto a uma criança, souber que ela se desviou, a partir da adolescência ou da juventude, o evangelizador não deve desanimar, julgando perdido todo o seu esforço ao longo de anos sucessivos. O Bem nunca se perde.Mais cedo ou mais tarde, às vezes com o concurso da dor, as sementes recolhidas com os risos da infância germinarão, até mesmo regadas pelas lágrimas na idade adulta.